NOVA CASA DO RUBENS

É um espaço - não oficial e não patrocinado - criado pelo artista Rubens Curi dentro de seu apartamento.
Além de ser o estúdio do artista, possui um mini-teatro, à la cabaret, com capacidade para 30 pessoas.
A idéia nasceu da necessidade de autonomia para o desenvolvimento de criações, apresentações e mostras experimentais.

COMUNICADO

As atividades do Espaço Nova Casa Do Rubens estão encerradas.

Entre 2010 e 2016, quantos artistas, amigos, parceiros e visitantes proporcionaram noites memoráveis! Grato à todos!

Este blog não será mais alimentado, mas continuará ativo, como registro de tudo o que passou pelo NCDR.

Por gentiliza, para fazer contato comigo:

rubensmcuri@gmail.com

https://www.facebook.com/rubens.curi

(11) 3284-9581 / (11) 94213-2483 (vivo/whatsapp) / (11) 98727-2113 (tim)

sábado, 31 de julho de 2010

PUBLICAÇÃO DO ARTISTA - ATO II


REGINALDO FRANCOLINO 
e suas
SENHORAS BENZEDEIRAS


"A pessoa tem que ter muita fé naquilo que faz e em que acredita.
Curar é um dom que Deus deu para que possa fazer o bem às pessoas
que tem problemas de dores nas costas, quebrante, olho gordo, indisposição e por ai vai...”
DONA VILMA DA SILVA FERREIRA, 73 anos, Benzedeira.


O menino foi levado e o menino foi benzido. O menino que gostava de desenhar na areia do campinho de futebol viu e soube da qualidade e da autoridade do feminino que cuida, que abençoa, que protege. A “Grande Mãe” estava lá, naquela benzedeira da infância, a Dona Zisuina, e aqui também, neste “Panteão de Benzedeiras” que nos revela as várias personalidades, essências, maneiras, expressões, fisionomias, energias do ser que cura com uma autoridade que não lhe foi concedida por nenhuma instituição oficial, mas veio diretamente da fonte, seja ela Deus, Natureza, Universo, Destino, Todo ou outro nome qualquer.


Esta é a grande mensagem das Benzedeiras de Francolino, que são variações de uma matriz: a benzedeira da infância que o impressionou pelo seu olhar impregnado de fé, piedade, compaixão, sabedoria, seriedade, e comprometimento com a cura e as “verdades ocultas, místicas”.


Ah, o olhar! Este é o fio condutor desta série de Francolino. O que viu aquele menino que tanto o impressionou e que desaguou nestas Benzedeiras? O místico, a sabedoria, a generosidade, a caridade? A elegância estranha, aquela que vem de dentro da alma e se mostra pelas suas janelas, os olhos? A autoridade de quem legitima a si mesma, baseada na vivência e na necessidade do outro de ser cuidado, protegido, limpo? O respeito de quem viu mais do que havia para ver, de quem sabe do terrível e do maravilhoso? O olhar destemido que revela a coragem de quem enfrenta o “mal” em nome da “luz”?


Francolino aborda estes olhares de forma assimétrica. São pares de olhos que em si são dois, diferentes: os dois lados da moeda, os dois lados da vida, claro e escuro, luz e sombra, trevas e verdade, ignorância e sabedoria, medo e liberdade. – Há um diálogo aí! E nele, a comunicação se faz grave e amorosa, séria e afetiva – e neste caminho, a Benzedura!


Mães, Irmãs, Avós, Vizinhas, Comadres... Africanas, Européias, Brasileiras, Asiáticas, Indígenas... Não importa! São mulheres conhecidas nas comunidades em que vivem e que usam a oração e os elementos da natureza como forma de cura das doenças físicas, sociais e espirituais, caracterizando uma maneira ritualística, mítica e simbólica de cuidar. São pontes entre a realidade concreta da vida e os mistérios da subjetividade humana.


A elegância das almas destas mulheres, Francolino expõe na sofisticação dos trajes e enfeites que comunicam a beleza espiritual – a harmonia mística, ética e estética necessárias a uma boa benzedura.
Os elementos gráficos nos levam às origens deste mundo mágico. Planetas, galáxias, sistemas solares, novas e velhas estrelas, órbitas, meteoros e asteróides – uma cosmogonia impregnada nas “vestes” da “Grande Mãe Curativa” que ao mesmo tempo também nos mostram contas, rendas, folhas, ibiris, rosários, gotas, ervas...


O traço forte e “sujo” na saudável medida necessária à Arte – certeiro e hermético, definido e incerto – arrebata pela espontaneidade e honestidade!
O nanquim, negro, sobre o branco papel couché, se reveste de brilho noturno e também se inverte, revelando o dia, a luz – criativa dança entre o sagrado e o profano.


As obras despertam em nosso imaginário a representação de um universo que se estende para além das representações intelectuais e cognitivas.


A prática da Benzedura tem elementos tanto do catolicismo como das práticas indígenas e da herança africana. Difícil saber ao certo onde termina a influência de uma cultura na outra. Tudo se mescla numa combinação benéfica de cura, principalmente em nosso País, o Brasil, onde a riqueza da diversidade cultural e a generosidade intrínseca à miscigenação potencializam as expressões do sagrado e do místico através de rituais, práticas e dogmas, nascidos desta multifacetada realidade cultural e que passam de geração em geração.


Francolino, Brasileiro, Masculino, Negro, 52 anos, vem atuando junto a diversos movimentos de manifestação cultural Afrobrasileira. Ele, em seus trabalhos, explora temas e signos da cultura negra, mostrando o quanto as contribuições culturais, sociais e religiosas desta cultura estão presentes em nosso cotidiano, de maneira ampla e enraizada.

Neste caminho, o artista nos presenteia com a visão da força espiritual das Benzedeiras, acrescida da forte influência da Mulher Africana, que através dos rituais, palavras, gestos, sons, objetos, cânticos e movimentos, curam, limpam, salvam, encaminham o ser humano, reconstruindo e recriando a vida e o mundo ao seu redor. Tanto na África como aqui ou em qualquer lugar do mundo é ela, a Mulher Negra, a mais significativa detentora da Energia, do Axé.


Reginaldo Francolino desenvolve trabalhos de pintura, desenho e xilogravuras em Guarulhos-SP, município onde reside.
- Nos anos de 1985/1988 participa do Centro de Conscientização do Negro, onde eram debatidas e encaminhadas aos órgãos públicos competentes, questões sociais relativas à população negra do município.
- No período de 1992/1993, colabora com ilustrações para o Jornal do Conselho da Comunidade Negra - SP.
- Participa em 1992 da organização de palestra/debate na Câmara Municipal de Guarulhos sobre o tema – Negro e Cidadania – na qual compõe a mesa como mediador. Este evento teve como convidados, entre outros, o escritor e sociólogo Clovis Moura, o Psicólogo e criador da Psicoterapia de Libertação Dermeval Corrêa de Andrade e representantes de entidades de classe do Município de Guarulhos.
- Recebe no ano de 1995 do Presidente da Câmara Municipal de Guarulhos, Sr. Wanderley Simone Figueiredo, diploma de Honra ao Mérito em homenagem ao 3º Centenário de Morte de Zumbi dos Palmares. O citado certificado é pelos serviços prestados a comunidade afrodescendente.
O artista explora em seus trabalhos temas e signos da cultura negra, procurando levar o observador de suas obras à reflexão sobre o assunto, ao mesmo tempo em que busca mostrar o quanto esta cultura está presente em nosso cotidiano, de maneira ampla e enraizada, contribuindo com suas expressões culturais, sociais e religiosas.
Dentro desse objetivo vem realizando algumas exposições:
- Em 2003 juntamente com a Organização para Desenvolvimento Sócio Cultural da Comunidade Afrodescendente de Guarulhos – ODESCCA – realizou uma mostra referente ao dia internacional da mulher.
- No mesmo ano em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura realizam a exposição – Impressões – Negras Imagens.
- O Festival Afrikambo do Centro Cultural Àdìmulà ilê Asé Órisà do Centro Cultural Africano, ocorreu no mesmo ano de 2003 e também contou com a participação do artista e suas obras.
- Em 2009 marca presença com seus trabalhos e sua temática na Conferência de Promoção da Igualdade Racial de Guarulhos e Região, sempre com propostas que buscam fomentar a importância da cultura negra no Brasil.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

AMALIA - O Fado Acontece


SUELI VARGAS
Edson Vargas (violão) e Pratinha (bandolim)
em
AMALIA - O FADO ACONTECE



AMÁLIA RODRIGUEZ, (1920-1999), estréia como fadista em 1939, ou seja, há exatos setenta e um anos. Cinco anos depois, é convidada a cantar no Cassino Copacabana (Rio de Janeiro) por três meses e no ano seguinte grava, no Brasil, o “primeiro” (78 rt) dos 170 álbuns lançados durante toda sua vida. A partir daí entre muito sucesso, prêmios e viagens pelo mundo, a relação com o Brasil se estreitou tanto, que em 1961, casou-se com César Seabra (português, radicado no Brasil), no Rio de Janeiro e o Brasil tornou-se sua segunda pátria, como disse em depoimento para a Revista do Radio em 1962 “...em seguida, regressarei ao Brasil e não me afastarei durante alguns meses deste país que se tornou minha segunda pátria e de que tanto gosto. Voltarei à Copacabana quando os raios do sol quente estiverem acariciando a areia.”
SUELI VARGAS, cantora Araraquarense, dona de uma voz potente e emocionada, morou por 10 anos em Portugal, onde se aproximou com paixão da arte do fado, apresentando-se com sucesso por toda a Europa. Inspirando-se na trajetória desta grande “diva” e dos seus laços com o Brasil, criou o espetáculo “AMALIA” O espetáculo, onde Sueli está acompanhada por Edson Vargas (violão) e Pratinha (Bandolim) quer fazer acontecer no repertório que tem entre tantas maravilhas: “Lágrimas”, “Estranha forma de vida”, “Mouraria”... um repertório recheado de emoção, e que também traz a alegria quase brasileira de pertencer à uma autêntica “Casa Portuguesa”.
E como Amália dizia:
“Fado não se canta, acontece...”

Local: Espaço Nova Casa Do Rubens
Largo do Paissandu, 51, ap 1602A, Centro, São Paulo
Data: 13 de agosto de 2010 – 20h30
Espaço aberto a partir das 19h00 (com bar)
Ingresso: R$ 30,00 inteira – R$ 15,00 meia (A meia entrada é para TODOS. Quem desejar pagar
qualquer valor entre meia e inteira, sinta-se à vontade)

Apoio: Cooperativa Cultural Brasileira – www.coopcultural.org.br

Informações: (11) 3284-9581
novacasadorubens@gmail.com - http://novacasadorubens.blogspot.com


O Espaço não trabalha com cartões de débito ou crédito.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PUBLICAÇÃO DO ARTISTA - ATO I


MICHELA BRÍGIDA
repórter fotográfica

FOTO E POESIA


Vídeo registro da participação de Michela Brígida na exposição de imagens na Festa de Artes Múltiplas “ClaroEscuro”, realizada no Centro Cultural Cordão do Bola Preta, Rio de Janeiro/RJ, em 05-06-2010, para o lançamento do videoclipe “Incomunicável”, do cantor e compositor Pedro Moraes.
Canção: Xote de Manhã (Pedro Moraes)
Imagens e poema abertura: Michela Brígida
Montagem: Pedro Moraes



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Então, justamente...
Não tem como ser diferente, né?
Tem vezes que palavras não bastam...
Por nada!

OCUPAÇÃO
Crianças brincam com máquina de escrever esquecida em desocupação
de moradores de uma favela embaixo de viaduto no ano de 2002.
Foto e Poesia: Michela Brígida / Portal CLICK

Essa constatação foi a semente para o início do projeto FOTO E POESIA, que começou despretensiosamente, quando havia tempo para se fazer arte.
O resultado é emoção aflorando em palavras e imagens que se ilustram e se complementam umas às outras, em um movimento cíclico.
A idéia começou com a escolha de fotos (feitas para trabalhos comerciais e projetos autorais) para serem apresentadas junto a poesias. Assim, começou a ser possível uma interpretação com respeito às fotos feitas no dia-a-dia de profissional fotógrafa.
Dessa maneira é possível “alargar” os aspectos factuais das fotografias, de forma que tanto as imagens como os textos cheguem a algum lugar especial na mente ou no coração das pessoas.
Por isso, o resultado é uma miscelânea composta com temas selecionados de acordo com o sentimento que evocam.
Junto a cada poesia um breve TL (Texto Legenda, no jargão jornalístico) vem narrar o fato associado à imagem escolhida. Também alguns links são oferecidos como sugestão de temas ligados ou de aprofundamento nos conceitos que as imagens introduzem.



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ÂNSIA DE VIVER

Minha garganta foi cortada na infância enquanto eu dormia
Eu mesma paguei para que me arrancassem os dentes anos depois
Emprestei dinheiro para a morte
Dancei alegre quando meu próprio sangue derramei

Hoje eu canto a falta de algo, alguém
Fecho os olhos, sossego essa minha ânsia de viver
Esqueço um pouco a violência do mundo

Todo dia, sem me machucar mais, aguardo meu amor chegar
É bem melhor assim
Mas ainda dói muito

COMPANHIA
Na manhã ensolarada do inverno de1997 em Veneza,
o italiano tem as pombas como companhia enquanto lê o jornal dominical.
Essa imagem é apresentada em áudio slide show junto a outras fotografias
do portfólio da jornalista Michela Brígida, no site http://www.michelabrigida.com.
Foto e Poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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AMAR

Somar-se
ao curso
e só,
no mar

Percursos
do som no ar
somam se
há mar pra se amar

E somar

PIANO NA PRAÇA
Detalhe de piano registrado durante apresentação do projeto
Piano na Praça em 2009, que começou como uma das atrações
da primeira edição da Virada Cultural realizada na Praça Dom José Gaspar.
Depois se transformou em um projeto permanente
da Secretaria Municipal de Cultura.
Atualmente acontece de 15 em 15 dias com grandes pianistas
e jovens músicos se apresentando nessa agradável praça,
que tem acesso pela avenida São Luis.
Mais fotos do Projeto Piano na Praça e outras imagens de espetáculos:
Foto e Poesia: Michela Brígida /Portal CLICK


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SER MULHER

Ser eu
mulher
É ser além
Do eu que quer
Da vida
Ser um presente

No futuro, ainda
Serei uma imagem
Feminina
Do passado

Hoje, não fosse
as certezas
que destruo
Dia-a-dia,
Não seria
Eu mesma

Mulher

Voz
Feminina
Do ser
passando
no planeta

E por ser
mulher
Nessa missão de transformar
No próprio corpo
a força do viver

Cada dia
mais
Quero
Ser
Mulher

PARTO EM CASA
Parto de Elinezia Costa Sena (Line) atendido pela parteira domiciliar
e enfermeira obstetra Ivanilde Marques da Silva no dia 31/12/2009.
Na foto, Line olha para o bebê que acabou de chegar.
Reportagem no jornal Diário do Comércio e outra fotos:
Foto e Poesia: Michela Brígida /Portal CLICK


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CLARO ESCURO

Eu verso prosa
Feita de imagem
Escrevo fotografia
Poesias simples como a vida

Assim

De domingo, visto roupa
De encontrar com o samba
Vivo na pele escura do mestre de terno branco e sapato bicolor
Claro e escuro

O samba é assim

Antes, enquanto esperava
O trem vespertino na beira da cidade,
Da plataforma, em pé, de salto alto,
Olhei para cima e percebi

O céu todo dia é aberto assim

O sol se foi quando vi a primeira estrela

Clara na noite, brilhar
Sambei e voltei pra casa tarde, no silêncio do escuro
Pra repousar

Eu também sou assim

SAMBA NO PÉ – 2008
Mestre Ananias, o mais antigo capoeirista em atividade em São Paulo
(fez 85 anos em 12/2009) recebe convidados do Recôncavo Baiano
na Casa Mestre Ananias.
Na foto, criança aprende passos observando o mais antigo no samba,
que ensina as tradições orais de geração em geração.
Dessa maneira, o samba de roda vem se mantendo vivo
em sua raiz e memória.
Mais informações:
Foto e Poesia: Michela Brígida /Portal CLICK


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BEIJO

De tão longe
O beijo vem
E em tantos lugares
Já viveu amores
Que não há quem
Não o reconheça
Como o velho encontro
Das almas jovens

O INFERNO SÃO OS OUTROS
Casal de homossexuais Nelson Pereira Matias (à esquerda,
presidente da Parada do Orgulho GLBT em 2003)
e Reinaldo Damião (seu namorado na época da foto),
foto censurada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
A foto foi capa da edição "Intolerância - O Inferno são os Outros"
do Esquinas de S. P., jornal laboratório da Faculdade Cásper Líbero.
As reportagens eram com respeito ao tema e traziam excelente conteúdo.
Sobre a foto foram inseridos eletronicamente uma cruz
e uma estrela-de-davi em forma de brinco,
já que o jornal trabalhava com a Intolerância racial,
de gênero e reliogiosa sendo eixos do trabalho.
Mas a gráfica considerou o trabalho como sendo de "mau gosto"
e não publicou o impresso e mais nenhum material da Faculdade,
rompendo uma parceria de anos.
Esquinas de S. P. – editoras: Michela Brígidida (fotografia);
Carol Cassiano e Julia Ferraz (textos).
Coordenada pelo professor José Arbex Junior.
Foto e Poesia: Michela Brígida /Portal CLICK


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MEDO DE BORBOLETAS

Pequeninas lagartas pretas
Assustaram-me na Melissa
Que costumava inebriar minha varanda

Mãos de couro arrancaram as folhas verdes, ainda
Violento foi o corte como resposta
Elas caíram cinco andares de morte

Só sobraram as folhas da ponta
E uma lagarta protegida por um comentário de
"deixa estar"
Uma só
É só uma marca...

Uma lagarta...

Cresceu num casulo mostrando
os seres que o medo o cheiro pode tirar

Com um simples corte
Quem com tal sorte
arca vivo no presente


REPRODUÇÃO
Quadro do pintor baiano, Marcos Damascena,
conhecido no mercado artístico como o maior
artista hiperrealista de cavalos da América Latina.
Os detalhes característicos de seu trabalho chamaram a atenção
de diversos críticos e marchands, que o consideraram
a maior revelação da pintura hiperrealista brasileira.
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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SEGUE O RIO

Quando ainda se ouvia dizer
De pescadores e índios no rio Tietê
Vivia ele ainda limpo

Há poucos anos
Um dia

Servindo de brinquedo para crianças
E de contemplação para casais apaixonados

Há poucos anos
Em tempo de se notar

Morreram
Os pescadores, os índios, as crianças, os casais e os amores

Segue esse rio hoje como um morto vivo
Sem parar, renascendo enquanto passa pela vida no planeta


TIETÊ
No dia 06/12/2008, na cidade de Salto
(onde está a maior queda d' água do leito do Rio Tietê,
a 100 km da capital paulistana), foi entregue à população o
Complexo Turístico da Cachoeira - um memorial ao longo do rio Tietê.
Na foto, uma obra feita com massa mineral pelo artista Mutilo Sá Toledo. Exposta no Caminho das esculturas, ela mostra um pescador,
tido hoje como um dos "personagens" que viveram
ou contemplaram a cachoeira do Tietê.
(Fotografia realizada para o jornal Diário de S. P, por meio da agência e-SIM
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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ARRANJO DE FLOR / OLOR DE AMOR

Flor
Por
Flor
Pôr
Flor
Com
Por
Com
Flor
Com
Cor
De
Flor


DECORAÇÃO DE CASAMENTO
Arranjo de flor fotografado em salão de festas.
Mais imagens de casamento:
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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CAMINHO DE LUZ

Em cada ser
Há luz
Cercada de luz no caminho...

VISCONDE DE MAUÁ
Floresta no caminho para a região de Visconde de Mauá,
alto da Serra da Mantiqueira,
divisa com o Parque Nacional de Itatiaia,
entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Mais fotos de Visconde de Mauá e Maromba:
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK
  

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O PACTO DE MEDIOCRIDADE

Eu quis
porque na hora
em que poderia falar,
calei

Na realidade, eu não queria...
Mas agora quero que você
não queira também

De qualquer jeito!

LES SQUAMES
O espetáculo Les Squames, do grupo francês Kumulus,
apresentado ao ar livre no Vale do Anhangabaú em 2007.
A peça faz uma critica aos africanos presos em gaiolas
e expostos como animais pelos povos colonizadores,
levando o espectador a acreditar que existe
um grupo com aspecto de humanóide
descoberto nos anos 70 nas montanhas da Europa Central.
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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DÚVIDA DA VIDA

Duvida da vida
Devido à vida dúbia,
Dívida de vida dolorida
Da doída dor da idade
De dar a vida Ida

Dádiva da vida

MORTE ANUNCIADA
Em 2008, uma senhora que passou mal
em frente ao teatro municipal de São Paulo
(a menos de 300 metros da prefeitura da cidade)
recebeu massagem cardio-pulmonar durante mais de meia hora.
Após 40 minutos de uma longa espera,
uma ambulância de um hospital particular foi parada
e levou a senhora, já morta, acompanhada de seu filho,
para um hospital próximo.
Em alguns países da Europa, como a Alemanha, por exemplo,
há leis que estabelecem tempo máximo de espera até que
a ambulância chegue no local onde foi solicitada para socorrer o cidadão.
Foto e Poesia: Michela Brígida / Portal Click


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MEMÓRIA

O sorriso é seu
Mas em mim mora, preciso
E vivo de maneira
A lembrar um outro tempo

Sorrio eu
De você, indeciso
Fingindo brincadeira
À espera de um único momento

O sorriso é meu
Mas traz você consigo
Queira ou não queira
A mando de um mesmo pensamento

Que vem ser


SORRISO
Palhaço em trailer de circo tradicional.
Mais imagens do ensaio “Atrás das Cortinas do Circo”:
http://www.flickr.com/photos/brigidarodrigues/sets/72157612923059106/
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK


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DURMO EM CAOS
voltei para fazer o que deveria estar feito antes
fiz e quase meia noite que já era
fim de dia
aconcheguei o caos numa boa noite de sono



FLAGRANTE DE SONO
Senhor dormindo na plataforma de embarque do metrô Barra Funda.
Foto e poesia: Michela Brígida / Portal CLICK